quarta-feira, 17 de outubro de 2012

ABERTURA DO VI CONGRESSO



O primeiro dia do evento foi marcado por discussões sobre temas como acessibilidade, saúde e as recentes conquistas relacionadas à inclusão de pessoas com a trissomia.

A presidente do Congresso, Maria Thereza Antunes, abriu o congresso falando sobre vitórias importantes como a adoção do Dia Internacional da Síndrome de Down e a criação das Diretrizes de Atenção à Saúde da Síndrome de Down e sua versão acessível. "Isso tudo seria impensável há apenas 15 anos, essas conquistas são fruto do trabalho de profissionais e sobretudo dos pais que acreditam nos seus filhos, que estão cada vez mais independentes. Por tudo isso, o tema desse congresso não poderia ser outro: "Agora é a nossa vez, nada sobre nós, sem nós".
A primeira atividade do dia foi uma conferência sobre a acessibilidade na comunicação. Para falar sobre o tema, ninguém melhor do que os autores do manual "Mude o seu falar que eu mudo o meu ouvir" primeira publicação com acessibilidade intelectual do mundo: a equipe do Carpe Diem, de São Paulo.
Gloria Salles, diretora do Carpe Diem, explicou que um dos objetivos do manual é fornecer condições para que as pessoas com síndrome de Down possam assumir o lugar de protagonistas de sua história.
"Chega de nós falarmos por eles, senão as coisas não vão mudar. É importante oferecer condições para que eles tomem decisões e sejam responsáveis por essas escolhas, desde situações menores até mais complexas".
Para Ana Beatriz Paiva, de 36 anos, todas as pessoas que, assim como ela, nasceram com um cromossomo a mais, têm capacidade para participar ativamente de todas as esferas da sociedade.
"A pessoa com deficiência intelectual é um pouco mais lenta, mas é capaz, é um ser humano como todos aqui. No manual, a gente dá dicas, pede para as pessoas abrirem o coração para a gente e nos aceitarem. Não queremos ser invisíveis, queremos aparecer e mostrar nossas capacidades".
Na sequência, o pediatra e geneticista Zan Mustacchi traçou um panorama sobre a síndrome de Down, desde os primeiros diagnósticos até as particularidades clínicas relativas à trissomia, como o intestino menor e a maior probabilidade de problemas cardíacos. O especialista, integrante do grupo de trabalho que formulou as Diretrizes de Atenção à Saúde da Pessoa com Síndrome de Down, também falou importantes descobertas recentes na área, como a pesquisa do dr. Alberto Costa sobre o uso da memantina para a melhora das funções cerebrais.
Ainda durante a manhã, a odontóloga americana Teresa Cody apresentou o protocolo Changing Minds, uma proposta terapêutica que utiliza uma combinação de medicamentos para melhorar as funções cerebrais das pessoas com síndrome de Down.
Após um intervalo para o almoço, a terapeuta de linguagem venezuelana Maybe Bilbao lembrou a importância de ensinar os conceitos antes das palavras para as crianças com síndrome de Down. "Primeiro aprendemos conceitos, as palavras vêm depois. Para mim, mandar a criança repetir palavras não tem grande valia. Não basta ouvir, é preciso escutar, elaborar e entender o que significa".
A educação inclusiva foi o tema da mesa seguinte, coordenada pela repórter Fernanda Honorato. Rita Vieira, especialista da Universidade Federal do Ceará, ressaltou que o Atendimento Escolar Especializado não deve ser entendido como substitutivo da escolarização, mas com uma complementação.
Adriana Leite, também da UFC, explicou que um dos grandes desafios para os professores de AEE é entender a individualidade de cada aluno. "Ainda se busca muito entender o que é a síndrome de Down e pouco sobre quem é cada indivíduo".
Outra apresentação que contou com a plateia lotada foi a de, Maria Alice fortunato. Representante do ministério da Saúde, ela falou sobre o plano Viver sem Limites, aprovado em novembro de 2011. "Com essa política, o governo faz um resgate histórico dos direitos das pessoas com deficiência, que representam 24% da população brasileira".


 

 

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